domingo, 4 de julho de 2021

O direito natural

        O primeiro direito da criatura humana em si mesmo é o de reconhecer sua vontade; mesmo que na vida primitiva a vontade seja apenas atender as necessidades fisiológicas do tal organismo vivente. Em seguida virá o reconhecimento do que seja consonante e útil para satisfazer a vontade. Ignorar a justiça no ato de experimentar algo do ambiente material, poderá ser daninho ou frustrante. E a sensibilidade humana serve para identificar consonâncias ou dissonâncias antes de experimentar, ou pedir, ou adquirir.
       Formando comunidades e construindo civilizações, a vida humana se enriquece, de modo que as ocupações, os consumos, e as relações em variedade proporcionam mais mobilidade para seres humanos vivos e ativos. Todas as escolhas servirão então para a história do ser humano avançar em harmonização ou evolução. Seja a vontade, um ideal, ou mesmo as necessidades do corpo físico; tudo pode se satisfazer em verdade, justiça, e harmonia; porque a felicidade é um direito natural. A educação para desenvolvimento da criatura ou administração de suas vontades, ensina lhe que os recursos mundanos também podem serem combinados e aprimorados visando a felicidade geral (mais eficiência, mais beleza, mais prazer). E se a educação for geral para todos os tipos de personalidades no território; cabe ao indivíduo reconhecer sua vontade, a direção para a realização, quais poderes ou ferramentas serão úteis, qual seu ritmo de trabalho em respeito à sua felicidade, quanto pode retirar do ambiente sem avançar contra o direito dos outros; enfim, Ser disciplinado !
       A disciplinação humana se efetua pela experimentação consciente da harmonia e consequente valorização da mesma; seja produto de simulação abstrata ou educação concreta nos exercícios administrados. Após a aprendizado intelectual e a percepção emocional aos exemplos, somente os fatos experimentados individualmente poderão fecundar desejos de elevação para maior harmonia ativa e consequente ampliação da felicidade. E tanto mais firme será a ordem progressista, quanto mais sadios forem os indivíduos no que se refere à educação germinando neles criatividade e nobres ideais.
       De todo o sucesso que a educação promova em comunidades e civilizações, nunca se prescinde o reconhecimento das individualidades (seus direitos, seus caráteres, suas vocações). Pelo que justiça não é somente o que o cidadão pode contribuir na construção e expansão da civilização. Mas também o organismo vivente satisfeito e a personalidade realizada; demonstrando um feliz "eu sou". Assim, por efeito da justiça que a simples observação confirma em histórias reais ou fictícias à qualquer um : cada indivíduo tem direito a espaço ambiental variável conforme sua necessidade ou desejo justo (que não avança sobre o direito de outrem). Esse espaço pessoal varia conforme o alcance dos sentidos dos outros; e considerado isso, vale dizer: que dentro do campo pessoal cada um é totalmente livre, conforme suas possibilidades e respeito aos campos dos próximos.
       Do ajuste social é esse efeito do reconhecimento sobre os direitos naturais das criaturas e personalidades toleráveis no ambiente para uso coletivo. Os locais públicos são transitórios ; já os lares são lugares de recolhimento e permanência. A educação pode enriquecer a vida em lugares públicos com expansão e  aperfeiçoamento cultural. E todos os lares poderiam estar consagrados à verdade e à beleza, o que gera felicidade com certeza .

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