quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ciência do Romance

        O primeiro requisito para o encadeamento de um romance é a consonância natural romântica: pela qual os seres complementares possuem ampla reciprocidade em suas estruturas emotivas. Esse item  primário dispensa até a noção pública de beleza; é invisível! O amor em romance é duas necessidades para satisfação complementar gozada com saciedade emotiva e personalística principalmente.
        Em seguida vem a conveniência de ambos apaixonados. A paixão inicial já indica uma concordância de ritmo, mas é o encaixe entre as personalidades o que  determina a durabilidade do romance.
        Para este nível de consciência é abominável a opinião na qual bastam corpos em gêneros complementares para que ocorra relacionamento íntimo. Visto que o romance visa e produz  felicidade humana, isso não deve produzir arrependimento nem degradação porquê é ciência de elevação e sublimação.
        Pela razão cósmica de sistema e ordem, as estruturas dos seres viventes canalizam e expressam o amor diferenciadamente em qualidade e intensidade.
        Conforme a vida se desenrola, a relativização altera ainda mais a qualidade vibrátil inicial dos seres; variando os níveis de afeição, os quais merecem ou desmerecem demonstrações por carícias idênticas àquelas das relações estáveis (puras desde o início da vida).
        O desmérito para o romance somente existe entre consonantes, porque nunca existiu mérito natural entre dissonantes. Entretanto, o mérito por si só  não é decreto para seres consonantes dedicarem-se à carícias profundas. As expansões ou variações românticas necessitam equilíbrio em julgamentos sinceros  cujas sentenças beneficiem ambas as partes envolvidas; de modo construtivo e sublime, qual é a nossa preferência.
        Alem do aspecto natural da variedade nos níveis de afeição, eu lembro-me de mencionar que a diversificação artificial não se lembra o efeito futuro no confronto com seres sensíveis. É contra a razão da vida estragar a própria felicidade. Muitas vezes a prepotência subestima os efeitos futuros por negar a necessidade qual não adere.
        Mas por efeito da justiça os desvios se devem à natural dissonância intrínseca; a qual pode aumentar com o tempo, diminuir pelo rumo inicial, ou tornar-se adaptável às circunstâncias   superficiais; mas sempre horrível à percepção vibrátil em vias por relações profundas. Portanto, decepção ou ambição em desejos injustos são infrações contra a ciência do romance; por serem contra a felicidade plena; a qual somente pode ser sincera.

        A lei do romance não é bestial, por isso podem haverem relações etéreas, vegetais, minerais; além do amor próprio e devaneios saborosos quadridimensionais.
        Por tradição, a consciência coletiva acaba assimilando uma escala do efeito e intenção das diversas carícias; como sejam: saudação, conforto, júbilo, afeto, tesão, paixão, êxtase. Mesmo na expansão fraternal legítima não convem esquecer o sentido sagrado da sexuação.
        O amor sempre alcança mais longe que o erotismo; mas pelo erotismo pode-se vivenciar a graça da paixão valorizando a intimidade. Obviamente existem pessoas românticas pouco eróticas e pessoas eróticas pouco românticas. E grandes gozos alcançam os quem equilibram amor e erotismo em justiça e beleza.
        Eu defino a potência  amorosa como um índice de romancibilidade pelo qual a qualidade vibratória dos românticos exerce desfrute emocional pleno em adorações inefáveis. E a potência erótica defino-a como um índice de  gozabilidade nos seres belos ou formosos, pelo qual a performance sensual produz saciedade mesmo em relações esporádicas. Pelo desenvolvimento; a potência amorosa e a potência erótica conferem melhor felicidade à qualquer casal.
       O gozo pleno está além do modismo de uma época. Perceber alto índice de gozabilidade em alguém dissonante à si permite no máximo dizer:
- Quero algo semelhante à isso, mas para mim! para não se decepcionar com o desajuste integral.

        O romance é belo acontecimento, delicioso para se vivenciar quando justo. Mas quem nunca experimentou a plenitude do amor, dificilmente consegue explicar a razão da moral pública  e os diferentes pudores ou suas exceções. De modo que tudo aquilo que não produza prazer se caracteriza como anti-ciência, injustiça que não contribui para a construção da felicidade.

        Neste momento eu consigo enumerar cinco razões para o romance acontecer :
1- justiça ao amor
O amor é mais que uma emoção. Sua função principal na vida humana é a felicidade móvel dos seres; sua conservação e perpetuação. A justiça ao amor produz o romance no nível superior e relações confortáveis nos níveis inferiores; variando o grau de necessidade para a saciedade emotiva.. A justiça acontece no amor quando todas as partes envolvidas se saciam.
Sendo o amor uma necessidade para os seres viventes e a razão harmoniosa para ações legítimas, o amor à justiça produz o heroísmo.

2- conhecimento
Quem ama deseja porque necessita. O sentimento para alguém ou por alguém gera a necessidade intelectual para conscientização racional da afeição elevada. Essa necessidade provem do amor quando é periódica, eterna até; e é detalhista mesmo que nunca consiga apreender toda a coisa ou ser amado, contentando-se ambos com apreciações fracionadas.

3- valorização
Quando alguém deseja possuir ou compartilhar por amor, já sabe instantaneamente que a pessoa ou coisa amada tem valor para si. Então procura, por humildade, perceber à si mesmo e ao ambiente, buscando adequar uma situação que seja consonante ao seu sentimento. Quem ama quer valorizar emocionalmente sua própria vida; pela felicidade que a saciedade do amor produz. A adoração sincera entre os amantes tornará brilhante a vida em ambos. E os pretendentes sinceros sentem que suas pessoas podem tornarem-se melhores com o romance durável.

4- purificação
Conscientes do valor da pessoa amada, os apaixonados se tornam os melhores filtros  para purificação recíproca. Querendo ambos manterem a qualidade do relacionamento, se orientam para aperfeiçoamentos e purificam-se pelo exercício romântico regular. A purificação no romance difere da depuração pela guerra; uma eleva integralmente enquanto que a outra desbasta e confirma os ódios.

5- potencialização
Sendo o amor uma necessidade para os seres, o romance assemelha-se às refeições periódicas. O amor conforta e fortalece em saciedade recíproca. Em cultos regulares os seres enamorados impregnam-se com o poder do amor, acumulando energia de qualidade na potencialização. Elevam assim sua relação íntima, aperfeiçoando suas capacidades de percepção, discernimento, e gozo particular.

        E do romance eu compreendo sete efeitos :
1- justiça ao amor
2- conhecimento da honra individual
3- valorização física e cultural pessoal
4- construção da felicidade dual
5- potência sublime de gozo recíproco
6- apreciação da vida em geral
7- purificação integral recíproca

        No mais as particularidades de cada caso dependerão ao momento e à necessidade dos envolvidos.
       

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